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Coordenador Geral do FLISOL Brasil recomenda não instalar Ubuntu no evento

Após publicar a nota abaixo (enviada ao BR-Linux pelo Anahuac), em que recomenda aos coordenadores regionais do evento que "não distribuam ou realizem instalações de Ubuntu durante o FLISOL" e fala em trazer "total desconforto à comunidade como um todo", Thiago Paixão – o coordenador do FLISOL brasileiro – achou por bem acrescer um adendo esclarecendo que isso é a posição dele, e não a da organização FLISOL.

Por falar em posição pessoal, eu pessoalmente lamento ver um evento com um histórico tão inclusivo tomar essa posição excludente, em especial se o coordenador em questão não tiver enviado antes esse mesmo posicionamento à comunidade Ubuntu e aguardado a resposta dela.

Mas o FLISOL optou por escolher esse coordenador geral e permite a ele publicar no site flisol.info esse posicionamento (que recebeu a bênção do Bom Doutor, em espanhol), então me parece que isso está de acordo com a governança da organização, é o direito dela de tomar as atitudes excludentes que quiser.

Eu estarei aqui à disposição para publicar o posicionamento do FLISOL internacional, de coordenadores regionais ou da comunidade Ubuntu, caso tenham algo a acrescentar.

Enviado por Anahuac de Paula Gil (anahuacΘanahuac·eu):

“FLISOL sem Ubuntu

O FLISOL - Festival Latino-americano de instalação de Software Livre é reconhecido como um dos mais antigos e importantes eventos descentralizados da comunidade latino-americana de Software Livre, completando em 2015 sua 11ª edição.

Ao longo de todos esses anos, o FLISOL teve como compromisso levar gratuitamente instalação de Software Livre, compartilhamento e conhecimento a todos os interessados da sociedade, especialmente à quem ainda não teve, até então, a oportunidade de conhecer e utilizar Software Livre. Com base nesse compromisso, sempre foi respeitada a utilização e instalação exclusiva de Software Livre em todas as edições, não havendo a necessidade de debates em torno de que softwares devem ser instalados ou não durante o evento.

Mas os tempos mudaram, o mercado adotou amplamente o GNU/Linux tornando-se hoje um sistema tão popular quanto seus concorrentes privativos, presente nos mais diversos produtos do mercado. Infelizmente, o que ganhamos em popularidade, perdemos em liberdade. Na grande maioria das vezes, os esforços e opiniões da comunidade não são levadas em consideração pelas empresas que distribuem soluções baseadas em GNU/Linux, havendo uma total negligência e desrespeito quanto as liberdades trazidas pelo Software Livre.

Hoje temos esse cenário ocorrendo em diversas distribuições GNU/Linux, mas é inegável que o exemplo mais emblemático fica a cargo da distro mais popular da atualidade, o Ubuntu da Canonical e suas variantes. É de amplo conhecimento que o Ubuntu vem recheado de drivers e softwares privativos em sua instalação padrão, não orientando e muito menos dando opção de não instalação à seus usuários, gerando uma grande desinformação e dependência, em especial dos usuários mais novos. Sua situação se agrava quando em 2012 foi identificado que, sem um prévio aviso adequado e autorização do usuário, o Ubuntu coletava e vendia dados de seus usuários para empresas como a Amazon, tornando-se a primeira distro a adotar tais praticas invasivas que desrespeitam seus usuários e a tudo que é defendido pelo Movimento de Software Livre. No geral, as políticas empregadas pela Canonical em seus produtos, sempre foram questionáveis do ponto de vista das liberdades e filosofia propostas pelo Software Livre, trazendo total desconforto à comunidade como um todo, trazendo à tona todo esse debate.

Ainda não há um consenso da organização latino-americana do FLISOL quanto a posição a ser tomada em torno do tema, por isso cabe a nós, coordenadores e colaboradores do FLISOL, reagirmos, realizando o debate em torno da questão e levando a situação ao conhecimento de todos. Portanto, como Coordenador Geral do FLISOL Brasil, recomendo fortemente aos Coordenadores Regionais que não distribuam ou realizem instalações de Ubuntu durante o FLISOL. No caso do usuário levar um computador com o Ubuntu já instalado, e ele não quiser substitui-lo por outra distribuição, não negue ajuda, oriente-o da melhor forma. A autonomia das coordenações regionais continua inalterada, ou seja, cabe a elas decidir quais distribuições instalar, mas a recomendação foca em indicar um caminho de coerência com o objetivo primário do FLISOL que é difundir exclusivamente Software Livre.

Thiago Paixão Coordenador Geral FLISOL Brasil” [referência: flisol.info]

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